Até que ponto o ser humano é
capaz de controlar uma indignação? Hoje estive relembrando algumas
personalidades corajosas que, num passado não muito distante, romperam as
barreiras da acomodação, quebraram protocolos e soltaram o verbo para expressar
suas indignações em relação a velhos problemas
do nosso BrasilZÃO.
Vamos a um exemplo recente. Todos
os grandes veículos de comunicação noticiaram a passagem destrutiva do furacão
Sandy pelos Estados Unidos. Leitores,
ouvintes , telespectadores e internautas foram bombardeados com tantas
reportagens sobre os estragos da tormenta.
Jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas arriscaram suas vidas para fazer
uma cobertura plausível e genuinamente profissional. Até aí tudo bem.
Acontece que esse mesmo furacão
passou dias antes pela Jamaica, Cuba e Bahamas causando estragos iguais ou até
maiores do que na terra do Tio Sam. Na Jamaica, por exemplo, segundo a rede
pública EBC, 75 % da população ficou sem energia elétrica.
É claro que não posso ser ingênuo aqui a ponto
de não saber quais são os ‘critérios de noticiabilidade’ do Jornalismo, ou
seja, o que as redações levam em consideração para um fato virar, ou não,
notícia, como a ameaça a sociedade, a brutalidade e outros. Até porque isso é
muito bem ensinado na academia. Agora ficar sem dar uma ‘notinha pelada’ sequer
no Jornal Nacional ou um breve texto no Radar da Veja, achei um pouco exagerado.
Não vou nem falar que em alguns lugares
do Nordeste, aqui no Brasil, não chove há quase um ano. E aí? Cadê a
repercussão?
Mas tudo bem. Isso foi só um
exemplo de indignação. Não tenho perfil de reclamão. Ainda sou equilibrado a
ponto de controlar algumas fúrias. Então vamos aos recentes casos conhecidos de
decepção veiculados na nossa televisão.
O primeiro desses desabafos, em rede nacional, foi ao ar em março de 2011.
A apresentadora Raquel Shererazade, da TV Tambaú, filiada do SBT em João
Pessoa, na Paraíba, faz uma dura critica ao Carnaval. O vídeo ganhou tanta
repercussão que, meses depois, a
jornalista foi convidada a trabalhar no Jornal do SBT, o principal noticiário
da emissora. Vale a pena rever. Clique aqui.
Em abril do mesmo ano, no Jornal
do Meio-Dia, também do SBT, o comentarista Luiz Carlos Prates, revoltado com o fato de a Academia Brasileira
de Letras agraciar o jogador Ronaldinho Gaúcho com a Medalha “Machado de Assis”,
faz um discurso furioso em defesa da
meritocracia. Tire suas próprias conclusões clicando aqui.
Mas nada se compara ao discurso ousado da professora potiguar Amanda Gurgel, em maio de 2011. Durante uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, a docente falou da má qualidade do ensino público, reclamou da baixa remuneração dos professores e denunciou as condições precárias no local de trabalho. Autoridades políticas presentes na audiência tiveram de ‘engolir seco’ o desabafo da educadora. Relembre clicando aqui.
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